quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
sábado, 14 de novembro de 2015
sábado, 8 de agosto de 2015
O Resultado da balança x Dobras
Cutâneas o X da Questão
A balança é um dos equipamentos mais
utilizados e mais odiados nos centros de exercícios físicos “academias de
musculação”. Seu uso muitas vezes é equivocado e a resposta geralmente vem com
a insatisfação do aluno/ clientes com o programa de exercício físico. Mas como
utilizar como aliado esse equipamento “importante” e ao mesmo tempo tão
questionado por alunos e algumas vezes até por professores de educação física?
O que percebo é que existem muitos
críticos ao uso da balança e com o argumento de que “a balança não fragmenta a
composição corporal” ou que as mudanças do peso não são perceptíveis pelo
aumento da massa magra associado a perda de gordura. Já outros argumentam que a
mesma é “um método padrão ouro para análise da massa corporal total e um método
mais palpável para observação do aluno, sendo assim pode e deve ser utilizada
inteligentemente em dias específicos da semana e também para analisar níveis de
hidratação em algumas aulas como spinning, e em grupos de corrida”.
Pontos Importantes a Serem Destacados
A balança é uma medida padrão ouro (quando
calibrada).
A balança se caracteriza por análise de
uma medida de massa.
O resultado da balança está relacionado ao
peso corporal total.
As medidas de massa (balança) não
fragmentam a composição corporal.
Não tem como saber o percentual de gordura
(%G) de uma pessoa através da balança.
Métodos de análise da composição corporal
utilizados em academias como o %G são duplamente indiretos.
Os métodos para análise do %G tem um modus
operandi a ser seguido.
Será que esse modus operandi é seguido?
O modelo de %G através das dobras cutâneas
apresenta margens de erro.
O resultado expresso através da composição
corporal será utilizado para prescrição do exercício físico?
Será que é interessante falar pra um
gordo, que sabe que é gordo, que toda família dele sabe que ele é gordo que o
resultado da avaliação física é que ele está acima do peso?
Dentro desse contexto, tanto a balança
quanto o método de dobras cutâneas tem pontos positivos e negativos. Dentre os
pontos positivos da DC estão: o custo do aparelho é menor comparado a outros
mais sofisticados, é um método não invasivo, aplicável em grandes grupos, não
causa desconforto para o avaliado, material portátil de fácil transporte, boa
correlação com outros métodos para grupos específicos. Como pontos negativos
exige uma maior especialização (treinamento), pouca precisão em indivíduos
obesos, dificuldade de padronização dos avaliadores em relação aos pontos de
medidas, aplicação dos protocolos em grupos distintos. Já a balança apresenta
um ponto positivo que é inigualável, o fato de a pessoa poder se pesar em
qualquer farmácia e um outro ponto que pode ser visto como ponto positivo por
uns e ponto negativo por outros. O resultando
é expresso pelo peso total do indivíduo, sendo assim excelente para verificar
se o indivíduo perdeu peso ou se aumentou peso. Nesse caso, o resultado na
balança é nítido.
Pelo que escrevi acima alguns pensarão que
sou contra o método de dobras cutâneas. Muito pelo contrário acho uma
ferramenta interessante, só que não podemos realizar uma avaliação com dobras
cutâneas todos os dias. Daí que entra a balança, uma ferramenta mais acessível
que no final das contas expressa nitidamente o peso perdido e o peso ganho.
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Qual Protocolo para analise da composição corporal você utiliza?
Para analisar a gordura corporal através das dobras cutâneas são comumente utilizadas modelos matemáticos para estimar a densidade corporal. O uso desses modelos tem larga aceitação devido a sua aplicabilidade, o custo quando comparado a outros métodos mais complexos além da não invasividade do método.
No Brasil, dois pesquisadores desenvolveram e aplicaram equações matemáticas para obtenção da densidade corporal e subsequentemente a estimação do percentual de gordura corporal %G. Os modelos propostos por Guedes e Guedes para uma população especifica do Rio Grande do Sul, universitários de 18 a 35 anos. Já Petroski desenvolveu seu modelo com uma população mais generalizada com idades entre 18 a 66 anos em uma população da Região central do Rio Grande do Sul e da região litorânea de Santa Catarina.
No estudo de Both, et al, (2015) eles comparam a densidade corporal dos modelos de Guedes e Guedes e Petroski, eles também compararam os modelos com a Pesagem Hidrostática através de uma validação cruzada. Ao contrário do esperado as equações generalizadas de Petroski, obtiveram melhores resultados quando comparada aos modelos específicos propostos por Guedes e Guedes.
Em um estudo mais antigo de Petroski (1966) foi analisado a validade de equações matemáticas para estimativa de %G. Foram comparados 41 modelos de sendo 13 modelos generalizados e 28 específicos. Como resultado, as equações generalizadas foram consideradas mais acuradas para estimar a densidade corporal na amostra estudada, inclusive alguns modelos considerados generalizados foram até mais sensível para estimar a densidade corporal de determinada amostra considerada especifica.
A aplicabilidade dos resultados desses estudo sugerem que se o protocolo não for bem escolhido para a determinado publico, você cai no risco de apresentar um resultado sobrestimando, ou pior superestimando o resultado de seu cliente.
No próximo post falarei um pouco de como utilizar a balança como aliada em um programa de exercícios físicos que visam o emagrecimento.
BOTH, Diego Rodrigo; MATHEUS, Silvana Corrêa e BEHENCK, Mauri Schwanck.Validação de equações antropométricas específicas e generalizadas para estimativa do percentual de gordura corporal em estudantes de Educação Física do sexo masculino. Rev. bras. educ. fís. esporte [online]. 2015, vol.29, n.1
Petroski EL, Pires-Neto CS. Validação de equações antropométricas para a estimativa da densidade corporal em mulheres. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 1995;1:65-73.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Observações
Sobre o Volume da Caminhada e da Corrida em Indivíduos Iniciantes
Um
dos assuntos que as pessoas mais me perguntam em relação à atividade física
está relacionado ao volume de treino.
Professor
quanto tempo de esteira tenho que fazer para emagrecer? (alunos iniciantes de
academias)
Professor
Quantos quilômetros tenho que realizar semanalmente de corrida? (corredores
iniciantes)
Geralmente
muitos alunos se apegam ao tempo ou distância ideal de atividade, como se não
conseguir atingir o tempo e/ou distância ideal a pessoa cairá no inferno
(rsrsrsrs). Outra observação é a manutenção do volume de corrida/treino durante
a semana e realizar um percurso maior nos finais de semana (o famoso longão,
rsrsrsrs), exemplo: indivíduos que já conseguem correr 5 km muitas vezes correm
sempre essa mesma distância, não fazendo variação no volume e na intensidade e
no final de semana aumenta drasticamente à distância sem critério nenhum. Para
contradizer essa prática que observo em corredores iniciantes e recreativos
Laursen, 2010 relata a importância de realisar treinos de alta intensidade e
treinos de alto volume.
Então,
um ponto fundamental seria a realização de avaliação física funcional, um teste
de capacidade aeróbia seria de extrema importância para analisar o nível de
condicionamento físico e para determinar zonas de treinamento. Porém, muitas
vezes não é dada a devida importância à avaliação física, um pouco culpa nossa,
profissionais de educação física por não orientar o aluno sobre a sua importância
e também pela não obrigatoriedade. Aqui em Salvador/BA, a avaliação física não
é obrigatória em todas as academias. Antes que me critiquem conclui o curso de
Educação Física já tem um tempinho e já passei por algumas academias e apenas
uma exigia a avaliação física de todos os alunos. Acontece também de não
utilizar os dados da avaliação para realisar a prescrição do treinamento.
Voltando
a questão de volume de treinamento, a resposta que mais utilizo é “depende”.
Depende do seu nível de aptidão física, depende do resultado da avaliação, depende
do histórico na modalidade, depende do histórico de lesões, depende do peso da
pessoa. Isso mesmo o peso. Imagine a sobrecarga imposta em uma pessoa com
sobrepeso, obesidade, imagine ainda uma pessoa com uma lesão importante no
tornozelo, joelho e quadril de uma hora pra outra começa a correr.
Por
isso que na prescrição do treino, o volume depende de uma série de fatores e a
avaliação física é que detectará esses fatores. Quanto ao volume de treinamento
o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM, 2011) publicou um
posicionamento delimitando tempo mínimo necessário para manutenção da saúde. As
recomendações para pessoas saudáveis são de exercícios de intensidade leve a
moderada de 150 minutos/semana, podendo ser 30 minutos cinco vezes na semana,
intercalando com de 75 minutos/semanas de atividade rigorosas, podendo ser 20
minutos três vezes por semana as atividades mais intensas. As evidências do
ACSM mostra a importância de variação de volume e intensidade para manutenção
da saúde cardiovascular, evidenciando a interação entre exercícios leve a
moderados e também realização de exercícios em intensidade maiores. O grande
problema é que a recomendação nem sempre serve para determinado público, uma
pessoa com obesidade, por exemplo, seria mais indicada uma atividade mais leve
e com um tempo menor, com o intuído de preparar o aparelho locomotor e aumentar
o tempo e a distância aos poucos, à medida que o condicionamento físico vai
melhorando.
Segundo
Evangelista, 2009 a determinação do volume de treinamento está relacionado com
o histórico de atividade, classificando-os como alunos iniciantes,
intermediários e avançados. Descreve
ainda que um volume de treino para pessoas que se preparam para provas de 5km,
deve ter mais ou menos um volume semanal
de 15 a 20km, com treinos duas a três vezes na semana, começando andando e
progredir para caminhadas intervalada com corridas e por fim corridas em todo
percurso. Já para alunos intermediários o volume deve ser de 30 a 40km semanais
de 3 a 4 vezes na semana e para alunos avançados, o volume deve ser de 35 a
40km semanais de 4 a 6 vezes na semana.
Um
aspecto importante relacionado ao treinamento é que o exercício físico impõe um
sobrecarda nos diversos sistemas corporais, então um cuidado especial para determinados
públicos: Sedentários, Obesos, Hipertensos, Diabéticos e Idosos. Nesse público
como em qualquer outro é de suma importância uma liberação médica para
atividade física e quando se inicia a caminhada e/ou corrida seria muito
interessante também um trabalho de fortalecimento muscular (procurar uma
academia de musculação). Tanto a caminhada quanto a corrida impõem uma
sobrecarga grande no aparelho locomotor. Para terem ideia, uma simples
caminhada aumenta a sobrecarga nas articulações de 1,2 a 1,4 vezes o peso
corporal, na corrida a sobrecarga chega a 1,5 em um simples trote e podendo
chegar a 4,5 vezes o peso corporal em sprints. Imagine esse impacto acumulado no
final de uma caminhada de 30 minutos em um obeso, sedentário e com problemas
nos joelhos.
Um
aspecto importante que devemos levar em consideração em qualquer atividade
física/ exercício físico é a biomecânica, na caminha e na corrida, por exemplo,
existe um impacto causado pela força de reação no solo, a FRS é baseada na 3ª.
Lei de Newton onde toda ação tem uma reação. Tanto a caminha como a corrida tem
duas fases distintas e relaciona-se com uma sobrecarda imposta pelo impacto do
pé como o solo: 1) Pico passivo – caracterizado pelo momento em que o pé toca
ao solo e 2) Pico ativo – caracterizado como o momento de propulsão, momento em
que o pé sai do solo. Então, os membros inferiores (MMII) tem que ativar musculaturas
a fim de absorver o peso do corpo com a aterrissagem e ao mesmo tempo fazer força
para propulsionar, tirar o pé do solo, mantendo assim o ciclo de passada.
Ao
longo desse texto percebemos que nem sempre é tão simples e nem todo mundo pode
calçar o tênis e sair correndo por aí, principalmente quando fazem parte de um
publico especial, com alguma patologia ortopédica, alguma doença metabólica, diabetes,
hipertensão e etc. Percebemos também que não existe um tempo ideal, e sim
recomendações para determinados públicos e que o simples fato de caminhar e/ou
correr requer dos membros inferiores determinada força para absorver e
propulsionar o corpo durante a atividade. No mais, o que vale é o bom senso
para o inicio das atividades. Lembrando, esse texto é só uma dica para quem
quer iniciar nas caminhadas e corridas, o ideal é procurar orientação de um
especialista.
Referências
P. B. Laursen, Training for intense exercise
performance: high-intensity or high-volume training? (pages 1–10) Article
first published online: 14 SEP 2010 | DOI: 10.1111/j.1600-0838.2010.01184.x.
Evangelista, AL. Treinamento de corrida de rua uma
abordagem fisiológica e metodológica. 2. ed. São
Paulo: PHORTE Editora, 2010. 128p.
American College of Sports
Medicine position stand. Quantity and
quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory,
musculoskeletal, and neuromotor fitness in apparently healthy adults: guidance
for prescribing exercise. Carol Ewing Garber, Bryan Blissmer, Michael R.
Deschenes, Barry A. Franklin, Michael J. Lamonte, I-Min Lee, David C. Nieman,
David P. Swain, American College of Sports Medicine. Med Sci Sports Exerc. 2011
July; 43(7): 1334–1359. doi: 10.1249/MSS.0b013e318213fefb.
ACQUESTA. M. Fernanda. BIOMECÂNICA
DA LOCOMOÇÂO. Análise Biomecânica da Marcha, Corrida, Saltos e Calçados
Esportivo. Apresentação Slides.
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