Marcadores

sábado, 8 de agosto de 2015

O Resultado da balança x Dobras Cutâneas o X da Questão

A balança é um dos equipamentos mais utilizados e mais odiados nos centros de exercícios físicos “academias de musculação”. Seu uso muitas vezes é equivocado e a resposta geralmente vem com a insatisfação do aluno/ clientes com o programa de exercício físico. Mas como utilizar como aliado esse equipamento “importante” e ao mesmo tempo tão questionado por alunos e algumas vezes até por professores de educação física?
O que percebo é que existem muitos críticos ao uso da balança e com o argumento de que “a balança não fragmenta a composição corporal” ou que as mudanças do peso não são perceptíveis pelo aumento da massa magra associado a perda de gordura. Já outros argumentam que a mesma é “um método padrão ouro para análise da massa corporal total e um método mais palpável para observação do aluno, sendo assim pode e deve ser utilizada inteligentemente em dias específicos da semana e também para analisar níveis de hidratação em algumas aulas como spinning, e em grupos de corrida”.

Pontos Importantes a Serem Destacados

A balança é uma medida padrão ouro (quando calibrada).
A balança se caracteriza por análise de uma medida de massa.
O resultado da balança está relacionado ao peso corporal total.
As medidas de massa (balança) não fragmentam a composição corporal.
Não tem como saber o percentual de gordura (%G) de uma pessoa através da balança.
Métodos de análise da composição corporal utilizados em academias como o %G são duplamente indiretos.
Os métodos para análise do %G tem um modus operandi a ser seguido.
Será que esse modus operandi é seguido?
O modelo de %G através das dobras cutâneas apresenta margens de erro.
O resultado expresso através da composição corporal será utilizado para prescrição do exercício físico?
Será que é interessante falar pra um gordo, que sabe que é gordo, que toda família dele sabe que ele é gordo que o resultado da avaliação física é que ele está acima do peso?
Dentro desse contexto, tanto a balança quanto o método de dobras cutâneas tem pontos positivos e negativos. Dentre os pontos positivos da DC estão: o custo do aparelho é menor comparado a outros mais sofisticados, é um método não invasivo, aplicável em grandes grupos, não causa desconforto para o avaliado, material portátil de fácil transporte, boa correlação com outros métodos para grupos específicos. Como pontos negativos exige uma maior especialização (treinamento), pouca precisão em indivíduos obesos, dificuldade de padronização dos avaliadores em relação aos pontos de medidas, aplicação dos protocolos em grupos distintos. Já a balança apresenta um ponto positivo que é inigualável, o fato de a pessoa poder se pesar em qualquer farmácia e um outro ponto que pode ser visto como ponto positivo por uns e ponto negativo por outros.  O resultando é expresso pelo peso total do indivíduo, sendo assim excelente para verificar se o indivíduo perdeu peso ou se aumentou peso. Nesse caso, o resultado na balança é nítido.


Pelo que escrevi acima alguns pensarão que sou contra o método de dobras cutâneas. Muito pelo contrário acho uma ferramenta interessante, só que não podemos realizar uma avaliação com dobras cutâneas todos os dias. Daí que entra a balança, uma ferramenta mais acessível que no final das contas expressa nitidamente o peso perdido e o peso ganho.  

quarta-feira, 5 de agosto de 2015


Qual Protocolo para analise da composição corporal você utiliza?

Para analisar a gordura corporal através das dobras cutâneas são comumente utilizadas modelos matemáticos para estimar a densidade corporal. O uso desses modelos tem larga aceitação devido a sua aplicabilidade, o custo quando comparado a outros métodos mais complexos além da não invasividade do método. 

No Brasil, dois pesquisadores desenvolveram e aplicaram equações matemáticas para obtenção da densidade corporal e subsequentemente a estimação do percentual de gordura corporal %G. Os modelos propostos por Guedes e Guedes para uma população especifica do Rio Grande do Sul, universitários de 18 a 35 anos. Já Petroski desenvolveu seu modelo com uma população mais generalizada com idades entre 18 a 66 anos em uma população da Região central do Rio Grande do Sul e da região litorânea de Santa Catarina.

No estudo de Both, et al, (2015) eles comparam a densidade corporal dos modelos de Guedes e Guedes e Petroski,  eles também compararam os modelos com a Pesagem Hidrostática através de uma validação cruzada. Ao contrário do esperado as equações generalizadas de Petroski, obtiveram melhores resultados quando comparada aos modelos específicos propostos por Guedes e Guedes. 

Em um estudo mais antigo de Petroski (1966) foi analisado a validade de equações matemáticas para estimativa de %G. Foram comparados 41 modelos de sendo 13 modelos generalizados e 28 específicos. Como resultado, as equações generalizadas foram consideradas mais acuradas para estimar a densidade corporal na amostra estudada, inclusive alguns modelos considerados generalizados foram até mais sensível para estimar a densidade corporal de determinada amostra considerada especifica.

A aplicabilidade dos resultados desses estudo sugerem que se o protocolo não for bem escolhido para a determinado publico, você cai no risco de apresentar um resultado sobrestimando, ou pior superestimando o resultado de seu cliente. 

No próximo post  falarei um pouco de como utilizar a balança como aliada em um programa de exercícios físicos que visam o emagrecimento.  

BOTH, Diego Rodrigo; MATHEUS, Silvana Corrêa e BEHENCK, Mauri Schwanck.Validação de equações antropométricas específicas e generalizadas para estimativa do percentual de gordura corporal em estudantes de Educação Física do sexo masculino. Rev. bras. educ. fís. esporte [online]. 2015, vol.29, n.1 
Petroski EL, Pires-Neto CS. Validação de equações antropométricas para a estimativa da densidade corporal em mulheres. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 1995;1:65-73.