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terça-feira, 23 de outubro de 2018


Os saltos têm sido utilizados amplamente para como medida de desempenho neuromuscular. Principalmente pelo fato desse gesto motor está associado com a potência de MMII de diversas populações (atletas, crianças/ adolescentes e idosos). Especificamente em idosos a capacidade de saltar está relacionada com a capacidade funcional, afetando as atividades da vida diária. 
Tradicionalmente os saltos verticais são avaliados através de plataformas de força, células infravermelhas, técnicas de gravação de vídeo, transdutores de posição linear e tapetes de contato, que apresentam boa validade e precisão / confiabilidade em uma variedade de técnicas de salto. Porém, na atualidade o que tem ganhado muita atenção para a avaliação de potência de MMII são os aplicativos de celulares e entre os aplicativos com essa finalidade o mais conhecido é o App My jump para iPhone. Como o objetivo de verificar a validade e confiabilidade para avaliação da altura do salto de contramovimento (CMJ) em comparação com o tapete de contato Cabral, R M et. al. (2018) avaliaram 41 idosos, sendo 12 homens (73,2 ± 6,4 anos; 68,3 ± 12,7 kg) e 29 mulheres (69,4 ± 8,9 anos; 64,7 ± 12,6 kg). A tabela 1 mostra a altura média dos saltos. De acordo com os resultados houve correlações quase perfeitas entre o My Jump App e as alturas do tapete de contato com o salto mais alto (r = 0,999; P = 0,000) a média dos três saltos (r = 0,999; P = 0,000) como usando todos os saltos (r = 0,999; P = 0,000). 



Como conclusão os autores relatam que o My Jump App apresenta uma concordância muito alta com o tapete de contato, demonstrando excelente confiabilidade e segundo os autores My Jump App pode ser considerado um método valido e confiável para calcular a altura do salto de pessoas idosas. Outro ponto chave para a utilização em relação a utilização do aplicativo é o baixo custo e sua simplicidade quando comparado a outros métodos.

Referência

Cruvinel-Cabral et al. (2018), The validity and reliability of the “My Jump App” for measuring jump height of the elderly. PeerJ 6:e5804; DOI 10.7717/peerj.5804

Obesidade e Asma



Recentemente um estudo de pesquisadores brasileiros ganhou um prêmio internacional na European Respiratory Congress. O trabalho ficou em segundo lugar do prêmio de melhor trabalho em Reabilitação Pulmonar e Doenças Crônicas realizado entre os dias 15 a 19 de setembro 2018 em Paris, França. Uma das explicações da relação da asma com a obesidade é que em obesos existe um aumento de citocinas pró-inflamatórias que se relacionam com a respostas inflamatórias nas vias aéreas agravando os sintomas. A terapia foi de exercícios físicos, orientação nutricionais (dieta equilibrada) e orientações psicológicas e verificou a influência do exercício físico e uma dieta em de obesos asmáticos. O que me chamou a atenção foi a simplicidade do protocolo de treinamento, que foi composto de treinamento cardiovascular e neuromuscular monitorado 2 vezes por semana em conjunto com dieta equilibrada durante 12 semanas. 1 - O treinamento aeróbico foi realizado em uma esteira intercalada com exercícios de bicicleta ou máquina elíptica para evitar a sobrecarga das articulações do participante. A intensidade do exercício foi baseada em 50% - 75% do pico de consumo de oxigênio e com monitoramento da com a frequência cardíaca alvo. Além de receberem orientações para caminharem 2 vezes na semana e um acelerômetro para incentivar a caminhada com o objetivo de alcançar as recomendações internacionais de atividade física. 2 - O treinamento de força preconizou o peitoral, deltoide, quadríceps e isquiotibiais (não informou os exercícios) com 2 series de 10 repetições de 50 a 70% de 1RM.
Como resultado o grupo que fez o exercício físico além de perder mais peso, também melhoraram os sintomas de ansiedade e depressão, também diminuíram a crise asmática e qualidade do sono.

Referência


FREITAS, P. D., A. G. SILVA, P. G. FERREIRA, A. DA SILVA, J. M. SALGE, R. M. CARVALHO-PINTO, A. CUKIER, C. M. BRITO, M. C. MANCINI, and C. R. F CARVALHO. Exercise Improves Physical Activity and Comorbidities in Obese Adults with Asthma. Med. Sci. Sports Exerc., Vol. 50, No. 7, pp. 1367–1376, 2018.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018



O exercício físico tem efeito protetor na cognição e na saúde cerebral de adultos mais velhos, essa é a conclusão de uma revisão publicada na Exercise and Sport Sciences Reviews de outubro de 2018. O artigo é bem interessante e começa falando sobre as mudanças cognitivas ocasionada pelo envelhecimento, desde o processo natural ocasionado pelo envelhecimento até o aparecimento das primeiras reclamações cognitivas subjetivas (memória), o comprometimento cognitivo leve que acomete os idosos em aproximadamente 12 a 18%, fala também das demências relacionadas a idade em especial a doença de Alzheimer e a deficiência cognitiva vascular.


Outro ponto interessante do artigo é que aponta uma proposta de mecanismos relacionados ao declínio cognitivo relacionado ao envelhecimento.
1.       Biomarcadores – influência dos biormarcadores no declínio cognitivo.
2.       Fatores Fisiológicos – Como os fatores fisiológicos são influenciados pela idade.
3.       Fatores Psicológicos e Estilo de Vida – Afetam a cognição.
E por fim fala da importância da atividade física nessa população e recomenda que os programas de exercícios físicos envolvam maior interação social.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

TREINAMENTO DE FORÇA PARA IDOSAS

Como o objetivo de verificar o efeito de um programa de treinamento de força (PTF) em mulheres idosas, Pereira et al, (2011) selecionou 56 mulheres, 28 para cada grupo. Grupos Controle (GC = 62,5 ± 5,4 anos; 68,2 ± 11,2 kg e 1,55 ± 0,06 cm) e Grupo Experimental (GE = 62,2 ± 4,3 anos; 66,2 ± 10,9 kg e 1,57 ± 0,06 cm) sem diferença significativa. O GC manteve a rotinas diárias e o GE foi submetido a um PTF de 12/sem para aprimorar a força explosiva. Os grupos foram avaliados antes e após 12/sem na capacidade física e com testes funcionais. Para avaliar a CF foram realizados os testes de Fmax no de 1Rm na leg extension e no Bech press e F.iso.max no handgrip. Também foram realizados testes de potência de CMJ, arremessos de medicine ball de 1,5kg e velocidade de caminhada (10m). Para avaliar a capacidade funcional foram realizados o Timed get-up and go test (figura 1.) e o Sit-to-stand test (figura 2).

 Não foram observadas diferenças significativas nas medidas antropométricas ao longo de 12/sem p/ ambos os grupos. De acordo com os testes o GE melhorou significativamente enquanto que o GC chegou a apresentar a piora em alguns testes. O GE melhorou (61,8%) no leg extension, e (44,1%) no bench press. No teste de preensão dominante e não dominante (5% e 6,9 %), enquanto que nenhuma mudança significativa foi observada para o GC (-5,5%; -6,0%; -1,4%; -1,0%, respectivamente). No CMJ o GE melhorou (40,2%), arremesso de medicine ball (17,2%), na velocidade de caminhada de 10m (−14,3 %). Também foram observados efeitos significativos no Timed get-up and go test e no Sit-to-stand test só para o GE. Como conclusão foi evidenciado efetividade em um PTF como uma ferramenta importante para promover e prolongar a independência funcional e a qualidade de vida.


Na minha opinião o ponto crítico:
  •           Eficiência De um PTF de treinamento (4 semanas).
  • ·         A inatividade a médio prazo em idosas é capaz de deteriorar a CF.
  • ·         Esse período não pode não ser capaz de promover mudanças antropométricas.
  • ·         O EF é importante mesmo que não ocorra emagrecimento e hipertrofia. 


     REFERÊNCIA
Pereira A, Izquierdo M, Silva AJ, Costa AM, Bastos E, González-Badillo JJ, Marques MC. Effects of high-speed power training on functional capacity and muscle performance in older women. Exp Gerontol. 2012 Mar;47(3):250-5. doi: 10.1016/j.exger.2011.12.010. Epub 2012 Jan 2.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Economia de Corrida + Treinamento Pliométrico






A Economia de Corrida (EC) pode ser definida como o custo de oxigênio (VO2) para uma dada velocidade submáxima de corrida. Em provas de endurance a EC parece ser vantajosa para realizar a atividade em um menor VO2. O estudo de Tuner et al. (2003) verificou a efetividade da EC após uma intervenção através do treinamento pliométrico (TP) durante 6 semanas.
• Amostra - GC = 8 (4 mulheres e 4 homens), foram orientados a manter a rotina de treinos (corrida). GE = 10 (6 mulheres e 4 homens), além de manter a rotina de treino de corrida foram instruídos a realizar 6 semanas de TP (3 vezes / semana, tipo dever de casa).
• Foram avaliados através de Testes de EC (1), Testes que avaliam a capacidade muscular de armazenar e devolver a energia elástica (2) e Testes de Vo2 max (3). (1) – realizados em esteira horizontal em 3 velocidades diferentes (2.23, 2.68 e 3.13 m/s) respectivamente (8.02, 9.64 e 11.26 km/h) para mulheres e velocidades de (2.68, 3.13 e 3.58 m/s) respectivamente (9.64, 11.26 e 12.88 km/h) para homens. (2) - Testes para avaliar a capacidade muscular de armazenar e devolver energia elástica, com a utilização do Squat Jump e Counter Moviment Jump (taxa de utilização excêntrica = CMJ – SJ), (Índice de força reativa = CMJ/SJ), e taxa de eficiência do CMJ e SJ (que poderá ser discutido em um outro post se perguntarem rsrsrs). (3) – O teste VO2max envolveu sessões intermitentes de corrida na esteira a uma velocidade constante, com graus positivos progressivamente de 2,5 a 7,5%, dependendo da velocidade e da estimativa de aptidão do sujeito. O grau foi aumentado em cerca de 2,5% com cada ataque subsequente e a escolha da velocidade de corrida no teste VO2max foi baseada na resposta do sujeito à velocidade mais alta dos testes de economia. • Resultados – apesar de verificar a EC de diversas velocidades só foram utilizadas as velocidades em que os homens e mulheres realizaram os testes. Sendo assim, as velocidades de 2.68 e 3.13 m.s correspondente a 9.64 e 11.26 km, apesar da analise indicar melhora na EC apenas a velocidade de 3.13m.s (11.26km.h) apresentou diferença significativa (P ≤ 0,05) entre os grupos.


A meu ver um fato interessante nesse estudo e que apesar de se verificar uma melhora na EC de corrida em uma das velocidade em que os homens e mulheres realizaram o teste (velocidade 3.13m.s) nos testes que avaliaram a capacidade muscular (SJ e CMJ) e a capacidade aeróbia (VO2) não foram verificadas melhoras significativas.



Referência
Turner AM1, Owings M, Schwane JA. Improvement in running economy after 6 weeks of plyometric training. J Strength Cond Res. 2003 Feb;17(1):60-7.

Pliometria no Futebol e Carga Ótima de Treinamento





Já é amplamente reportado os efeitos do treinamento pliométrico na melhora do desempenho esportivo. Diversas modalidades esportivas utilizam o método com o objetivo de melhorar a velocidade de corrida, habilidade de mudança de direção, resistência muscular e força máxima. Porém uma pergunta muito realizada é em relação a carga ótima de treinamento. Tentando responder essa questão Ramirez-Campillo et al, (2018) verificaram em 73 jovens de idade entre 10,9 e 15,9 anos engajado em um programa de treinamento com o futebol o efeito do TP. Os grupos foram randomizados em Grupo com altura fixa (GFixed n = 25), Grupo de altura ótima (GOpt, n = 24) e grupo controle (CG, n = 24). Os grupos de GFixed e GOpt realizaram o TP duas vezes na semana onde ouve uma substituição de treinos técnicos-táticos e o CG continuaram com a mesma rotina.
A diferença entre os grupos experimentais é que o GFixed utilizou caixa de altura fixa (30cm) e o grupo GOpt a altura da caixa foi individualizada através do teste de Índice de Força Reativa (RSI). Foram realizadas avaliações de antropometria, RSI no Drop Jump (achar a altura ideal da caixa), teste de sprint de 20 metros, teste de mudança de direção no Illinois e o teste de corrida de 2,4 km, teste de chute máximo e os testes de agachamento de 5-RMs. De acordo com os resultados os grupos não diferiam antes da intervenção. Porém, após as 7 semanas de treinamento ambos os grupos submetidos ao TP melhoraram na maioria dos testes e com um efeito mais significativo para o GOpt. As únicas variáveis que não melhoraram após o TP foi para o teste de Sprint de 20 metros para o GFixed e em relação ao teste de resistência e o teste de chute máximo para ambos os grupos. A mensagem que fica é que independentemente do método de treinamento que seja utilizado a individualização e a especificidade do treinamento é um aspecto de grande importância para melhora do desempenho. 


REFERÊNCIA
Ramirez-Campillo R, Alvarez C, García-Pinillos F, Sanchez-Sanchez J, Yanci J, Castillo D, Loturco I, Chaabene H, Moran J, Izquierdo M,. Optimal Reactive Strength index: Is it an Accurate Variable to Optimize Plyometric Training Effects on Measures of Physical Fitness in Young Soccer Players? J Strength Cond Res. 2018 Apr;32(4):885-893.

AVALIAÇÃO DE POTÊNCIA DE MMII - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES E POUCAS DESCULPAS

Quem trabalha com avaliação de potência de membros inferiores normalmente estão familiarizados com os testes Squat Jump (SJ) e Salto com contra-movimento (CMJ). Estes testes geralmente são realizados em uma plataforma de força e/ou em tapetes de contatos tanto em laboratório como em campo. Uma outra opção com utilização de recursos tecnológicos é através de aplicativos de celular. Porém, outros testes são sugeridos para quem não tem esse aparato tecnológico, dentre eles temos o Sargent test (SAR), Abalakov teste (ABA) e os testes de horizontais com as duas pernas (SH) e o salto triplo ST. 
Com a finalidade de verificar a confiabilidade entre os testes com utilização de aparato tecnológico e sem. Então, Markovic, Dizdar e Cardinale (2004) verificaram a confiabilidade entre o SJ e CMJ através do tapete de contato com os testes sem utilização de tecnologia (SAR, ABA, SH e ST). De acordo com os resultados todos os testes apresentaram o Coeficiente de confiabilidade altos (α = 0,93 e 0,98) só que dentre os testes que apresentaram maiores coeficientes foram o SJ e o CMJ (α = 0,97 e 0,98). Os testes de SJ e CMJ também apresentaram os maiores Coeficiente entre ensaios e coeficiente de correlação intraclasse. Lá no artigo tem mais dados sobre as analises (ver figuras). Porém, a mensagem mais importante que fica, pelo menos para mim é que a falta de recursos tecnológicos não é desculpa para realização de avaliações periódicas e monitoramento de treinamento físico. 

Markovic G, Dizdar D, Jukic I, Cardinale M. RELIABILITY AND FACTORIAL VALIDITY OF SQUAT AND COUNTERMOVEMENT JUMP TESTS. Journal of Strength and Conditioning Research, 2004, 18(3), 551–555 q 2004 National Strength & Conditioning Association. DOI: 10.1519/1533-4287(2004)18<551:RAFVOS>2.0.CO;2




#CMJ 

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