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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Um teste muito conhecido para determinação do Limiar Anaeróbio (LA) é o teste de Conconi. É uma ferramenta de baixo custo e não invasiva para identificar o LA através do Ponto de Deflexão da FC. A ideia do teste é que como o aumento da velocidade (V) e da FC chega-se a um ponto onde ocorre a PDFC ou velocidade de deflexão, coincidindo com o início do acumulo acentuado de lactato sanguíneo. O estudo original é de 1982. Porém, Conconi e colaboradores (1996) publicou um outro artigo falando sobre as modificações do teste.

Lembro muito bem desse teste nas aulas práticas na faculdade, onde os professores faziam uma adaptação da adaptação do teste.

 1 – Aquecimento de 3 a 5’ com velocidade adaptada de acordo com o condicionamento do avaliado. (#sedentários – 4 a 5 km/h, #ativos – 5 a 7 km/h e #corredores de média e longa distância – 8 a 12 km/h).

2 – A progressão da carga acontecia de 0,5km/h a cada minuto com monitoramento constante da frequência cardíaca e a partir de 10km/h a velocidade era aumentada a cada minuto em 1km/h até a interrupção do teste.

Na descrição do estudo de Conconi (1996) a V é citada no aquecimento e inclusive ele estabelece normas para que o teste não apresente erro para detecção do PDFC.

Onde: 
1 – Aquec. – em geral 5’ minutos. 

2 – V Inicial – começar o teste com uma V baixa a moderada levando em consideração o condicionamento físico, sugerindo: 4 a 5 km/h crianças e sedentários, 5 a 7km/h sprinters e atletas de equipe e 8 a 12 km / h corredores. 

3 - Incrementos na V – Ajuste na V a cada 30 seg e de forma que a FC não se eleve em mais de 8 bpm (conforme a figura retirada do artigo de 1996).  Após perceber o PDFC através de sinais físicos (vermelhidão ou dificuldade respiratória) orientava aumentar a V com a finalidade do avaliado atingir a sua velocidade máxima.

Referência


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8912066

domingo, 28 de maio de 2017

Um teste muito utilizado para quem trabalha com prescrição de treinamento aeróbio (corrida de rua) é o teste de Weltman. O legal do teste que fornece equações para identificar velocidades associadas para o #LimiardeLactato (LT), concentrações fixas de lactato sanguíneo (FBLC) (2.0, 2.5 e 4.0 mM de lactato) e também para velocidade pico. É um teste de fácil aplicabilidade, onde o objetivo do teste é que o avaliado percorra no menor tempo possível a distância de 3200 metros e o tempo em minutos é utilizado na equação para verificar a velocidade.
Esse teste é baseado em três estudos do Weltman. O primeiro estudo de 1987 como o objetivo de examinar a capacidade de prever o limiar de lactato e as concentrações de lactato sanguíneo fixo de um teste de campo de 3200 m em corredores homens. O Segundo de 1989 com o objetivo examinar a utilidade de um teste de campo de 3200 m para prever o limiar de lactato e concentrações de lactato sanguíneo fixo em mulheres não treinadas e o terceiro estudo de 1990 onde o objetivo era de examinar a capacidade de desenvolver um teste de campo de corrida para prever Limiar de lactato e FBLC em mulheres com diferentes níveis de aptidão.
Agora observem o melhor de tudo isso. Eu peguei as equações dos três estudos e coloquei no programa Excell para verificar a velocidade associada ao LT, supondo que um indivíduo faça 3200m em 9 minutos existirá uma variação de 4.3km/h do primeiro para o segundo estudo, uma variação de 4.3km/h do segundo para o terceiro estudo e de 8.7km/h do primeiro para o terceiro estudo.


https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2674038
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3429086
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2262230

sábado, 27 de maio de 2017

Com o objetivo que analisar o risco de lesão do Ligamento Cruzado anterior (LCA) do Joelho em atletas, Myer, Ford e Hewett (2008) analisaram a aplicabilidade Tuck Jump (ver figura). Nesse teste o avaliado realiza saltos múltiplos, com flexão de joelhos e quadril durante dez segundos com a finalidade de identificar desequilíbrios musculares.
O legal desse teste é que geralmente o movimento já é utilizada em treinamento de atletas para melhora de potência de MMII e sua utilização também pode ser utilizado como forma de avaliação economizando tempo e dando um bom indicativo de melhora técnica do movimento. A ideia central é que através da análise biomecânica é possível verificar desequilíbrios musculares dos MMII, em atividades pliométricas de alta intensidade. De acordo com a realização do teste é possível verificar se o avaliado apresenta seis erros comuns:
1 – Colapso medial do joelho (valgo dinâmico);
2 – Joelhos não ficam paralelos durante o salto;
3 – Sincronização dos MMII durante o salto (as pernas não ficam paralelas);
4 – Aterrisagem com os pés muito próximos (não consegue manter os pés na largura dos ombros);
5 – Não consegue manter os pés paralelos durante a aterrissagem;
6 – Não conseguir manter os contatos com os pés no solo de forma simultânea.
Como sugestão os autores propõem que durante a pré-temporada sejam realizados treinamentos pliométrico e neuromuscular com o intuito de aumentar o desempenho e reduzir o risco de lesões.
Referêcia:
Myer GDFord KRHewett TE. Tuck Jump Assessment for Reducing Anterior Cruciate Ligament Injury Risk. Athl Ther Today. 2008 Sep 1;13(5):39-44.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Fases do Ciclo alongamento - encurtamento (CAE)
Já é muito bem reportado na literatura a importância do treinamento pliométrico. Porém o fato mais importante para este tipo de treinamento está caracterizado no entendimento do CAE, onde é utilizado um alongamento seguido rapidamente do encurtamento da musculatura. Para explicar melhor a CAE no salto por exemplo: a pessoas agacha o mais rápido possível e como contra movimento produz um salto mais potente possível. O movimento consiste de 3 fases distintas, porém, todas contribuem diretamente para perfeição do movimento. A 1ª. fase se caracteriza pelo pré-estiramento ou fase excêntrica. Onde o fuso muscular da unidade musculo-tendínea é ativado atuando também nos componentes elásticos paralelos e em serie melhorando posteriormente a fase concêntrica (3ª. Fase) resultante. A 2ª. fase é conhecida como fase de amortização ou fase de transição entre a fase excêntrica (1ª. Fase) e a fase concêntrica (3ª. Fase). Nessa fase que acontece o acumulo de energia elásticas, energia essa que é armazenada produzindo uma transição para a fase concêntrica mais potente. Então, o objetivo dessa fase é que o movimento (amortização ou colisão) seja menor possível, quanto maior for retardado a amortização a energia elástica é desperdiçada em forma de calor e o movimento posterior tem uma menor potência. Já a 3ª. Fase conhecida como fase de encurtamento/ fase concêntrica consiste na resultante da energia elástica acumulada nas duas fases anteriores.

quarta-feira, 3 de maio de 2017


Olha que legal, um estudo publicado na Plos one por brasileiros em 2016 comparou o efeito de dois programas de treinamento na melhora do sprint e na agilidade de jogadores sub-20 de futebol. 27 jogadores foram selecionados para compor um dos grupos: agachamento com saltos (SJG) n = 14 e Push Press (OPPG) n= 13. Porém 10 atletas foram excluídos devido por lesões e apenas 16 atletas completaram o estudo, (SJG, n = 9 e OPPG, n = 8), o protocolo de treinamento ocorreu na pré-temporada. Para avaliar o pré e pós foram utilizados testes de impulsão vertical (SJ e CMJ), salto com a barra olímpica (MPP) e push prees (PP), velocidade de corrida para 5, 10, 20, 30 metros e testes de agilidade percorrendo um percurso de 20 metros com mudança de direção (zig-zag) marcados com fotocélulas.
Os resultados das avaliações de ambos os grupos foram semelhantes em pré-treinamento para todas as variáveis avaliadas. Após o protocolo de treinamento de 6 semanas, as alturas de salto vertical (SJ e CMJ) e o MPP no exercício SJ apresentaram provavelmente algumas melhorias no grupo JSG (ES = 0,53, 0,38 e 1,30, respectivamente), enquanto o grupo OPPG apresentou uma melhoria quase certa apenas em o exercício de PP (ES = 1,23). O grupo JSG apresentou maiores melhorias no SJ, CMJ e MPP do que o grupo OPPG (ES variando de 1,32 a 3,18), enquanto o grupo OPPG apresentou maior melhora no MPP e P do que o JSG (ES = 2,49) (efeito de interação [grupo x Tempo], P <0,05) (Tabela 2). Além disso, agregando os valores pré e pós, o exercício PP apresentou provável valores mais elevados de potência em comparação com o exercício SJ (712,92 ± 113,34 W x 755,74 ± 145,95 W, para JS x PP exercícios; ES = 0,33).
Como conclusão os autores apontaram que os exercícios de SJ é mais efetivo para promover transferência em corridas de curta e longa distância (5 m e 30 m) e apontaram para a superioridade do SJ está relacionado as características mecânica, principalmente pela semelhança da tripla extensão segmentar ser muito parecida durante as passadas do sprint no SJ.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Bases do treinamento pliométrico.
Davies e colegas fizeram uma revisão em 2015 e parte do estudo pontuou sobre as bases do treinamento pliométrico. Segundo os autores as bases da pliometria são: Base Fisiológica; Base Mecânica e Base Neurofisiológica.
A Base Fisiológica é pautada principalmente na capacidade de produção de força. 1 - Como os componentes contrateis (CC) das pontes cruzadas (actina e miosina) e sarcômero interagem com o objetivo de desenvolver o controle motor e consequentemente no desenvolvimento na produção da força. 2 - Como a unidade musculo-tendínea atua para aumentar a capacidade das fibras musculares gerarem mais tensão e produção de força resultante através do seu pré-estiramento. 3 – Dos tipos de contrações musculares (concêntrica, isométrica e excêntricas) e na capacidade maior de produção de força pela ação excêntrica e do consequente aparecimento de Dor Muscular de Efeito Tardio pelos microtraumas causados nos componentes elásticos em serie e em paralelo do músculo e 4 – como as contrações voluntárias rápidas seguem um recrutamento seletivo das unidades motoras, principalmente pela intensidade proposta pelo treinamento pliométrico e ativação das fibras de contração rápida.
Em ralação a Base Mecânica a capacidade de produção de força se explica principalmente pelos componentes musculares: Componentes Contrateis e Elástico (Serie e Paralelo) e a interação de ambos para produção de força. Os Componentes elásticos, principalmente em serie age como uma mola propulsora fazendo com que o movimento seja mais potente.
Já a Base Neurofisiológica explica como os proprioceptores (Fuso Muscular, Órgão Tendinoso de Golgi e os mecanorreceptores localizados nos ligamentos e capsulas articulares) quando estimulados atuam facilitando, inibindo e modulando a musculatura agonista e antagonista.

Int J Sports Phys Ther . 2015 Nov; 10 (6): 760-786.

domingo, 30 de abril de 2017

Em um estudo de revisão de 1999, Wong e colegas tiveram como objetivo reunir informações sobre pesquisas da composição corporal humana e expor as raízes históricas e identificar a tendências para esse campo de estudo. O que me chamou atenção nesta revisão foi o que o autor chamou de áreas da composição corporal e ainda segundo ele trabalhos de Justus von Liebig (1803-1873) fundamentou-se na análise química e marcou o início do estudo moderno da composição corporal. A partir daí pesquisas relacionadas a análise da composição corporal foram pautadas em três áreas distintas, porém relacionadas entre si: 1- Regras da composição corporal (RCC), 2- Metodologia da composição corporal (MCC) e 3- Alterações na composição corporal (ACC).
1 – RCC – a primeira área baseou-se na coleta de informações sobre os componentes do corpo, e teve seus trabalhos realizados a partir da autopsia de cadáveres.
2 – MCC – a segunda área baseou-se em estudo in vivo analisando vários componentes corporais.
3 – ACC – a terceira área baseou-se em pesquisas que analisavam fatores influenciavam na composição corporal.
Antes que esqueça. As projeções futuras (há 18 anos) estavam relacionadas para o aprimoramento das técnicas de imagem e de ativação de nêutrons.

sábado, 29 de abril de 2017

 As duas imagens acima correspondem a dois estudos clássicos que analisaram a relação de testes diretos para análise da capacidade aeróbia com testes indiretos. A 1ª Imagem corresponde ao famoso teste proposto por Kenneth Cooper ou teste de 12 minutos, teste esse que para predizer VO2max o avaliado anda ou corre a maior distância em 12 minutos e a patir utiliza a equação VO2max = (Distância km – 504,1) / 44,79. O engraçado disso é que Cooper não apresentou a equação nesse seu estudo, ele apresentou um nomograma baseado nos estudos de Balke, (1963). Já a 2ª imagem corresponde ao estudo de Balke, (1963). Nesse estudo o VO2max foi correlacionado a distância percorrida em 1, 5, 12, 20 e 30 minutos. Ao que parece pelo gráfico apresentado nesse estudo o tempo de 12 minutos apresenta uma melhor associação com o VO2max obtido de forma direta.
Será que exercícios pliometricos são eficazes para saúde óssea de crianças e adolescentes?
Esse foi o objetivo de Gómez-Bruton A, e colaboradores (2017) e depois de uma análise criteriosa 26 artigos preencheram os critérios de seleção e foram incluídos nesta revisão. Os artigos foram subdivididos em quatro tipos intervenções: Conteúdo Mineral Ósseo (CMO), Densidade Mineral Óssea (DMO), Estrutura Óssea e outros fatores que afetam a massa óssea (ingestão de cálcio, estado puberal, protocolos de treino e raça).
Segundo os autores, em relação ao CMO os exercícios pliometricos promovem benefícios. Uma intervenção combinada de 15 minutos extras de corrida e saltos quando comparados ao grupo controle. Já para a DMO sugeriram mais estudos que comparem diferente tipos de intervenções com a finalidade de determinar qual mais eficaz em relação a massa óssea. Em relação aos Índices de estrutura óssea e força nenhum dos estudos avaliou a estrutura e força óssea, porém sugere que que quanto mais tempo os exercícios são praticados melhores são os benefícios dessas intervenções. Para ingestão de cálcio embora tenham encontrado poucos estudos que avaliaram em conjunto exercícios pliometricos e ingestão de cálcio. Parece que é mais eficaz realizar exercícios e consumir cálcio que realizar o exercício sozinho ou só consumir cálcio. Em relação a maturação biológica sugeriram novos estudos para implementar uma intervenção em crianças púberes e pre-puberes e assim determinar em qual fase o exercício apresenta melhores benefícios apesar de relatarem efeitos positivos em ambas as fases. Quanto a análise do efeito dos exercícios em diferentes raças, apenas dois estudos foram selecionados e após a intervenção e encontraram maiores efeitos na DMO em crianças asiáticas quando comparadas a crianças brancas em programas de treinamento semelhante. Porém, estas diferenças foram atribuídas a diferenças na faixa etária.
Conclusões:
• Intervenções de salto durante a infância e adolescência melhoram os parâmetros de saúde óssea, como a CMO, DMO e a estrutura óssea sem apresentar efeitos colaterais.
• Além disso, estes efeitos são mantidos no tempo após a intervenção ter terminado.